“Pilates é a modalidade mais democrática, porque acolhe todo mundo, cada um com um direcionamento”. Com pacientes que variam de pessoas com lesões ou problemas de coluna, esportistas, grávidas, crianças e idosos, a fisioterapeuta Emanoela Almeida define assim o pilates. Ela explica que, apesar de estarem em desenvolvimento pesquisas científicas que comprovem os benefícios da prática, os resultados observados na vivência clínica vão desde adequação da postura e da respiração, aumentando a flexibilidade e estabilidade articular, chegando até à melhora da consciência corporal, do sono e da sensação de bem-estar.
O professor de geriatria da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), João Macêdo Coelho Filho, indica o pilates especialmente para pessoas idosas, “que são mais vulneráveis a quedas devido à instabilidade postural”. “Pilates traz um alinhamento postural que é importante na prevenção de dores, provocadas por posturas viciosas, e também na prevenção de quedas”, aponta. Outro aspecto é o emocional que, conforme o geriatra, também é trabalhado pelo pilates. A sequência é simples: “com a postura correta, o idoso caminha melhor e isso ajuda na autoconfiança, na autoestima e no bem-estar”.
É a sensação compartilhada pelo engenheiro aposentado Rui Amauri Freire Castelo, 83. Praticando pilates três vezes por semana há sete anos, Rui se reencontrou com a atividade física e superou a perda da esposa. “Tenho a impressão que mexe muito com a cabeça, no equilíbrio de ter de se posicionar, para andar em cima dali (slackline do neopilates), tem de andar com cuidado. Corpo e cabeça têm de estar muito unidos, não dá pra ficar no automático. O pilates me reintegrou à vida”, define.
Na outra ponta, as adolescentes Beatriz Porto, 12, e Júlia Almeida, 13, foram levadas ao pilates para que os corpos, ainda jovens, não adquirissem vícios posturais. “Eu faço hip-hop e comecei a sentir dores nas costas. Em dois meses fazendo o pilates, já sinto minha postura melhorar, ficar mais alongada, não sinto mais dores”, relata Júlia. Já para a Bia, o pilates chegou como um alívio para a rotina diária de treinos na hípica. “Ando a cavalo desde sempre e comecei a competir. São duas horas e meia, seis dias na semana, de treinos. O pilates me tirou as dores e tem melhorado também meu desempenho nas competições”, conta a menina que hoje é a primeira do ranking cearense de hipismo na sua categoria.
Esportistas
Jogador profissional de futsal, o educador físico Yuri Carvalho é instrutor e praticante de pilates e relata que, com o método, previne lesões, se recupera mais rapidamente delas e aumenta sua performance. “Isso é comum a muitos esportistas que atendemos, de esportes radicais a corredores. Porque o pilates promove a correção biomecânica, trabalha o gesto técnico esportivo, o equilíbrio e a estabilização muscular”, aponta.
Yuri, junto ao fisioterapeuta desportivo Allan Fachine, tem desenvolvido estudo que reúne os princípios do pilates à técnica do surf. De acordo com o educador, a experiência prática com surfistas tem demonstrado que o pilates pode melhorar o desempenho no surfe e dar ao atleta o suporte funcional para que o corpo não venha a sofrer com as horas seguidas de treino. (Domitila Andrade)